quarta-feira, 5 de junho de 2013

Reavaliação das capacidades motoras

Dentro de qualquer modalidade esportiva a presença das capacidades motoras são variadas e específicas, devido às ações que o jogo exige. Movimentações, saltos, acelerações, frenagens, mudanças de direção exigem dos atletas uma excelente condição atlética.

Devido às exigências que estas características possuem fazem com que os atletas estejam sempre muito expostos às lesões e processos que não auxiliam a estabilização do equilíbrio do organismo, como a desidratação, overtraining, hipoglicemia entre outros.

Para evitar tais processos é necessário que seja feita uma boa preparação física nos atletas, o que se dá principalmente na fase de pré-temporada que é responsável por essa base dada ao metabolismo do indivíduo para que este tenha as condições ideais para enfrentar a longa sequência de sessões de treino e jogos. A aplicação de estímulos das variadas capacidades motoras entre elas a força, velocidade, resistência seja ela aeróbia ou anaeróbia entre outras devem estar presentes dentro de uma pré-temporada, seja qual for o modelo de periodização a ser aplicado.


Porém a temporada esportiva é longa e os momentos de recuperação ou repouso são escassos o que torna essencial, aos profissionais da comissão técnica, aplicarem de forma organizada e bem distribuída os estímulos que desenvolverão as valências físicas. A importância de controlar o treinamento se faz necessário e aplicá-lo  de forma coerente fará com que situações que expõe o organismo dos atletas aos processos citados anteriormente, não prejudiquem o bom desenvolvimento da condição atlética.

Para que isto ocorra, a avaliação e reavaliação das cargas de treinamento e das capacidades motoras devem ser elaboradas de forma a otimizar o rendimento dos atletas dentro da prática esportiva. Através delas podemos identificar qual a real condição da valência física específica a que estamos querendo desenvolver. 

A reavaliação tem como papel fundamental identificar qual a condição naquele momento da valência física em questão e determinar se a periodização está sendo seguida de forma correta, se devem haver modificações ou alterações ou até mesmo a manutenção de valências que naquele período estão em uma condição tida como ideal. Dessa forma é possível verificar ganhos, perdas ou manutenção de valores e condições da força, potência, resistência, por exemplo.


Devido ao calendário apertado, a aplicação das reavaliações das capacidades motoras se torna difícil e por vezes até o resultado delas fica distorcido devido a sequência de estímulos seguidos e falta de períodos de recuperação que são essenciais a processos como a supercompensação tão necessária para os ganhos de desempenho e equilíbrio do organismo. O ideal seria que as avaliações físicas fossem feitas a cada bimestre ou trimestre para determinação das evoluções ou não das capacidades motoras e consequente alteração do planejamento proposto.

Por isso a reavaliação das capacidades motoras deve ser muito bem aplicada para nortear a sequência dos treinamentos, além de não prejudicar a aplicação dos próximos estímulos. Podemos usar como exemplo a reavaliação das cargas máximas na academia, onde se não for bem aplicada pode perder a validade dos resultados ou até mesmo prejudicar o próximo estímulo a ser dado.


Ao se aplicar a avaliação de 1RM ( uma repetição máxima), a exigência aplicada à musculatura é grande e por isso há grande necessidade de controlar o próximo estímulo a ser aplicado. Ao se executar uma carga de treinamento muito pesada após uma reavaliação de cargas estamos acelerando processos danosos a musculatura e ao metabolismo do atleta e não permitindo sua recuperação, favorecendo a ocorrência de lesões. Ainda podemos relatar outra situação, onde ao se aplicar uma reavaliação da carga após uma sequência longa de treinos com bola ou treinos físicos, os valores obtidos vão ser subestimados o que não auxiliaria no desenvolvimento da força de forma otimizada. 

Portanto a execução e aplicação das avaliações físicas devem ser minuciosas e muito bem pensadas, para que estas ao invés de se tornarem uma ferramenta que auxilie e qualifique o trabalho do profissional no decorrer da temporada, se torne prejudicial no desenvolvimento da condição atlética dos jogadores e aumente a probabilidade e exposição das lesões e do overtraining. 

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